sexta-feira, 30 de julho de 2010

Indeciso


Procuro a graça de ser indeciso, existem várias partes dentro de mim, e grande parte delas são indecisas, muitas vezes meus desejos são indecisos, minhas palavras, meus pensamentos, minhas escolhas. Não sou libriano e não tenho balança pra pesar e muitas vezes saber qual lado escolher, nasci em dezembro, num dia de sagitário e a dúvida vem fazendo parte de mim. Sei que não saber decidir muitas vezes é considerado um defeito e muitas pessoas lhe cobram decisão, mas tenho grande capacidade de fechar os olhos e vivenciar todos os prismas da questão, gosto e desgosto da sensação, mas não demoro a decidir por medo e sim por desejo de vivenciar tudo que há de bom em viver. Nunca espere de mim decidir, espere integridade, afinal sou indeciso porém inteiro. Permita-se.

"É preciso ter dúvidas, só os estúpidos tem confiança absoluta em si mesmos". (Orson Welles)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Envelhecer

Fisicamente não consigo ver graça em envelhecer, a quantidade de futebol por semana reduziu e as lesões aumentam. Dores nas costas resultado do trabalho, dedos e mãos começam levemente a incomodar, mesmo buscando saúde ela vem, talvez busque demais afinal o vício em endorfina proporciona dores musculares e algumas queixas. A visão já não é mais a mesma, meus olhos reclamam, algo embaça e o vidro que tanto amo, dessa vez permanecerá a alguns centímetros de meus olhos, levemente com grau. Isso incomoda e assusta, até então normal. Talvez a graça do envelhecer seja além do físico e na visão além do olhar, o espírito se rejuvenesce quanto mais de bondade e experiência se tem, e a visão evolui e agradece tocando o essencial. A diferença de ser feliz jovem ou velho é a capacidade de consciência no presente. Cada escolha uma renúncia. Eu escolho o caminho do bem, do sorriso fácil e da felicidade sem explicação. Que cada letra desse texto seja uma dose absurdamente surreal de amor e felicidade, e que através de seus olhos com painel de vidro ou sem receba a energia do sorriso e a vibração da vida, Obrigado pela troca.

Namastê

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reset


Certa vez li um texto que explicava o motivo pelo qual o tempo passa rápido demais, a descrição tratava o assunto como simples, afinal a relação era o cotidiano. As frases tomavam nota de como levamos nossa vida, tomando sempre mesmas atitudes, mesmos caminhos, mesmas atividades. Nossa mente ele explicava, funciona como um computador que ao passar do tempo vai mapeando nossas ações e programando o caminho mais rápido para o que desejamos tornando o tempo curto entre o início da ação e o destino. Nossa vida funcionaria igual, com o processador facilitando o processo, deixando a consciência de lado enquanto realizamos o mesmo de sempre. A melhor maneira de poder mudar isso e tomar a atenção seria rotina mente mudar, mudar de caminho, mudar de ação, de esporte, de alimentação, mudar de vida e não ter medo de mudar, sendo assim a nossa mente destacaria o novo e a ação teria a graça da atenção.

Namastê

terça-feira, 20 de julho de 2010

Finalizando

Depois de mais 4 horas de balsa finalmente chegamos a Belém, o corpo já começou a sentir os efeitos da viagem, afinal não paramos um minuto sequer, a mente pelo contrário estava em paz com a overdose de novas informações sentidas através dos olhos, paladar, ouvidos e tato. Nada melhor que descansar o corpo e desfrutar da sensação da mente que um excelente banho de piscina e minutos de sauna. A janta da noite ficou por conta do restaurante Japonês Kintai fusion food, além de o ambiente ser muito aconchegante e fino, os sabores foram ainda mais surpreendentes, teto alto, imagens orientais, plantas e água com carpas coloridas ganharam grandes pontos no meu conceito, mas não escondo minha admiração por comida japonesa. Preço justo.

A balada acabou ficando para uma próxima, o sono bateu forte e voltamos descansar. Se existe algo que realmente deve ser mencionado nessa viagem é a beleza e atrativos de Belém, no início pode assustar, mas visitando alguns locais fica fácil gostar da cidade. Os serviços são proporcionados com qualidade e as pessoas são extra simpáticas, principalmente sabendo que somos do sul.

Nosso último dia em Belém começou cedo, feira na praça da república, tradicional e lotada, tanto de pessoas como produtos, comidas, artesanatos, confecção, música etc. Vale à pena conferir. Logo após visitamos a casa das onze janelas, local de arquitetura colonial que possui além de um bar e restaurante bacana um museu de arte moderna que faltam adjetivos para descrever, acredito que a palavra mais adequada seja surreal, a visita aqui é indispensável.

Ao lado fica o forte do presépio, aqui é possível viajar com a mente ao passado e aprender mais sobre a cultura marajoara e o período de colonização do Brasil, uma viagem ao passado e de sentimentos, inclusive de tensão, rende boas fotos.

O final de tudo ficou pela conta da chave de ouro Mangal das Garças, um lugar belíssimo, com jardins espalhados, mirantes sobre a área de mangue, Aviário e borboletário, além de feirinhas e locais com vasto leque de lembrancinhas. O restaurante do local, fino e saboroso, praticamente todas as opções de sabores do Pará, peixes, temperos, folhas, além do chope produzido em Belém chamado AMAZON e mais o incrível bombom de chocolate com cupuaçu, tapioca e açaí. Sem dúvida nenhuma o Pará é um estado de cheiros, sabores, belezas e alegrias.

Fica o meu agradecimento em especial ao meu primo Rafael que nos proporcionou todos esses momentos e locais com muita informação, a minha prima Ana Paula, companheira de viagem, a Mary Art que me da trabalho e me permite receber o din din para poder visitar lugares como esse, e a Tam que possui um programa de milhagens que de vez em quando nos permite viajar quase de graça, o agradecimento a Tam só não é mais especial, porque as duas últimas viagens ela sacaneou com atrasos de vôos e vive mudando meu destino.

Viajar é trocar a roupa da alma, no fim levamos um pouco de frio e trouxemos um pouco de calor. Este foi o meu momento viagem, até o próximo destino.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Voltando


Voltando da ilha de Marajó rumo a Belém, balsa sobre o mar de água doce.

Viajando

Depois de chegarmos em Soure, fomos direto ao nosso local de repouso, hotel Marajó, simples e aconchegante nos permitiu momentos bacanas no salão refrescante da área central e banhos de piscina ao sabor de peixes deliciosos, cerveja gelada e caipirinhas com água ardente da região. Os quartos equipados com o imprescindível ar condicionado e a não usada Tv com 2 canais. Nada extravagante tudo simples mas muito gostoso, em especial as refeições com exceção do simbólico café da manhã.

No hotel fomos informados das praias da região, afinal são 4 praias incríveis que merecem no mínimo meio dia de descanso e sol, com direito a super chuvas no fim de tarde, de cara fomos a praia do pesqueiro, é algo surreal visitar esta praia, com bares espalhados em frente a vegetação amazônica da região e a praia localizada logo a frente, não tão logo considerando mais ou menos uns 300 metros de distância, apesar do visual de Mar, a praia possui a inacreditável água doce dos rios, a sensação de banhar-se nessas águas é algo que foge do absurdo e mágico, só mergulhando para sentir, detalhe, quente.

Aproveitamos o fim de tarde e passamos no festival AmazSound, a expectativa de uma super festa e a beleza da entrada do local logo foram tomados por uma certa frustração devido a falta de organização dos responsáveis, com banheiros, praça de alimentação e bares montados de maneira bacana, diferente de outros festivais, atrasaram num pequeno detalhe, a pista e a música, a festa e a dança durantes os dois primeiros dias de festival ficaram por conta de alguns Hare Krishnas e um Fiat palio.

Segundo dia acordamos cedo, vestimos nossas ferramentas de banho de praia e seguimos em direção a duas praias, Araruna e Barra Velha, a entrada da fazenda privativa é espetacular e a quantidade de Búfalos tomando seus deliciosos banhos nas áreas alagadiças são um convite para belas fotos e muitos sorrisos. Do estacionamento do carro a praia de Barra Velha uma passarela de madeira leva a viagem de curiosidade e sensibilidade por cima do mangue, 10 minutos de caminhada sobre rios e dentro da flora amazônica abrem o portal de mais uma bela praia de água doce, com pequenas ondas, som de Roberto Carlos, Techno show e cerveja gelada. É oportuno mencionar a preocupação com a limpeza. E o calor quase que insuportável no local. Cá entre nós a combinação perfeita para uma manhã de descanso e bronze.

Retornando ao estacionamento e mais alguns minutos de caminhada pela estrada, chegamos a uma pequena ponte que atravessa para a praia chamada Araruna, uma outra localização do mesmo Rio mas com um visual de dar água na boca. Paz, vento,canoas e simplicidade marcam o local.

À tarde visitamos a praia do Garrote, e também ao lado Mata fome, praias de extensão menores, mas não menos bonitas, o visual do Farol e outro lado da ilha deixam os pulmões sem ar. Mas falta de ar de verdade fica por conta de uma refeição típica do local, o conhecido Turu, uma lesma de madeira que serve de base para um caldo extra temperado, viscoso e nojento, saboroso e revigorante, afinal dizem ser algo responsável por grande despertar do libido, tão potente quanto amendoins e catuaba (http://terreiroir.blogspot.com/2008/11/bicho-do-pau.html) . Cerveja, peixes e camarões são deliciosos, e o melhor de tudo pessoas extra simpáticas e preços baratíssimos.

Depois de tudo isso o universo conspirou e o som finalmente rolou no festival, psy trance full on, pés descalços, floresta amazônica e céu estrelado fizeram a boa companhia do que sobrou do dia e da noite.